terça-feira, 14 de agosto de 2012

Um olhar tardio sobre nosso patrimônio


 
Às vésperas de se entregar para domínio público, já restaurado, um dos mais importantes e talvez o último vestígio da era colonial histórica de Parnaíba, a suposta casa de Simplício Dias da Silva, ocorre questionar porque somente agora o IPHAN conseguiu sair do eixo Centro-Sul e dar importância ao nosso patrimônio de pedra e cal, nessa não tão distante região do Nordeste.
Sabemos que esta decisão do Ministério da Cultura em parceria com o Ministério do Turismo tem o objetivo de igualar em grau de importância aquelas cidades que pelo seu passado tiveram, tanto econômica quanto política, condição decisiva para a manutenção da unidade nacional e sua cultura. Parnaíba, no Piauí é uma delas. Mas somente em tempo recente teve este reconhecimento, ter seu sítio de pedra e cal reconhecido como patrimônio nacional.
Agora sim, restaurada, a chamada Casa Grande, que alguns historiadores desconhecem sua autenticidade, mas não lhe negam a importância, está sendo entregue à curiosidade pública e aos estudiosos, novinha em folha. A presença do IPHAN em Parnaíba, tão logo teve reconhecido como de importância relevante para a história seu patrimônio arquitetônico, abriu condições para que outros prédios de propriedade particular pudessem ser recuperados obedecendo a situações especiais com linhas de crédito e algumas isenções de impostos.
Mas em recente visita a duas cidades piauienses, dois membros do IHGGP a Floriano e Amarante, a situação de abandono de seus prédios históricos é muito visível, principalmente nesta última, a terra de Da Costa e Silva. Lastima-se que se não forem tomadas providências urgentes em relação a esses dois ricos acervos arquitetônicos, dentro de quatro anos no máximo, toda a história dessas duas importantes cidades piauienses terá virado escombro.
Bom mesmo seria se agora a superintendência do IPHAN entre o Piauí e o Maranhão saísse do conforto de gabinete e percorresse seu local de trabalho, a margem do rio Parnaíba e visse com interesse como está este estado de coisas. Essas cidades, Floriano, Amarante e Parnaíba, assim como outras, fazem parte de um conjunto importante, maiores ou menores, mas que mantiveram até hoje unida a cultura brasileira neste pedaço esquecido do Nordeste.

por colaborador do blog Jornalista Pádua Marques

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