sábado, 7 de abril de 2012

"Se espremer, sai sangue!"

Me lembrei do título acima, associado a um famoso jornal impresso, em cujas páginas predominavam reportagens policiais e violência urbana ao ler por esses dias algumas matérias publicadas em “blogs” de Parnaíba. Virou moda publicar fotos de acidentes, mortes ou quaisquer outras bizarrices que atraiam público ou gere visualizações, não importando quem acesse, homens, mulheres ou crianças. Quanto mais chocante as fotos, mais acessos. Gente que perdeu uma parte da perna em acidente de moto, homem que estourou a própria cabeça com um tiro ou uma criança estuprada e incendiada por um pastor. Está tudo lá. Em cores e com alta resolução. Uma imagem vale mais que mil palavras, dizem a propaganda e o jornalismo e uma boa matéria, de capa, terá mais valor se apoiada em boas imagens. Verdade! Mas qual a diferença entre uma boa imagem e uma foto bizarra de uma cabeça decepada? O bom senso. Nos meus velhos e bons tempos de diagramador (as notícias naquele tempo vinham impressas em papel), o editor-chefe dizia: “cuidado com as fotos. Bota um blur aí para não chocar!”. As fotos eram impressas “blurradas”, ou seja, desfocadas ou então com uma tarja preta encobrindo parte da imagem. Dizem que “Para quem ama o feio, belo lhe parece”. Esse descuido ou mal-gosto predomina não só entre os neo-jornalistas donos de “blogs” como veteranos da comunicação que se aventuram no universo do ciberjornalismo. É a notícia nua e crua! Mas vamos e venhamos, não custa nada colocar uma tarja, desfocar ou “pixelizar” uma imagem chocante e até ofensiva para alguns. Ou pelo menos criar um link tipo “imagens fortes” para aqueles que gostam e que tenham estômago para digerir tais fotos. Confesso que eu mesmo, às vezes, clico nos tais links “IMAGENS FORTES” (a título de pesquisa, é claro!).

Por Pedrinho Guitar

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