Você deve ter visto. Uma imagem semelhante a uma pintura rupestre –
alguns diriam que é parecido com uma imagem impressionista-, apareceu em
montagens com pinturas famosas. Quadros renascentistas, a linha da Evolução e até um frame do filme Titanic foram agraciados com o rosto.
Talvez você não conheça a trajetória por trás da imagem e nem que
esse rosto é – ou deveria ser – de Jesus Cristo. A história se passou na
cidade de Borja, na Espanha. Toda vez que ia ao Santuario de la
Misericordia, uma senhora de 80 anos via a histórica pintura Ecce Homo,
atribuída ao pintor espanhol do século XIX Elías García Martínez. Com
mais de um século e sem nunca passar por uma restauração, a imagem
estava desgastada, as cores já desbotavam. Foi aí que a idosa resolveu fazer uma boa-ação: pegar o quadro e, com todo seu talento artístico, restaurá-lo escondida. Sem cobrar nada.
Durante a restauração, uma figura interessante começou a ganhar
forma. A coroa de espinhos de Cristo ficou parecida com uma touca, os
olhos viraram-se para o outro lado, o nariz parece ter afinado depois de
uma plástica e o pescoço… Bem, o pescoço foi enrolado por uma espécie
cachecol. Iluminação, profundidade, contraste, tudo foi alterado durante
a “restauração”. Confira a versão antiga e a nova:
Tendo percebido que talvez a obra restaurada não tivesse ficado tão
semelhante à original, a senhora resolveu abrir o jogo e confessar ao
responsável pelo patrimônio histórico cultural do município os danos que
havia causado. A população da cidade lamentou o ocorrido.
O caso virou hit na web. Enquanto isso, a senhora responsável pela
arte está passando por um tratamento psicológico para tratar da
ansiedade de que vem sofrendo desde que finalizara a obra. Os
responsáveis pelo patrimônio cultural da cidade estão averiguando quais
foram os materiais e as técnica (técnicas?) utilizados. A ideia
é tentar restaurar o novo quadro e recuperar o original. Resta torcer
para que a senhora de 80 anos não seja convidada, apesar de todo seu
talento, para fazer a nova restauração.
Fonte: http://super.abril.com.br
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