segunda-feira, 21 de maio de 2012

Baixinhas, eternas meninas

"A juventude nos faz sonhadoras e exigentes, mas com o tempo o que era defeito se torna vantagem".

Baixinhas, eternas meninas / Foto: Think Stock
Baixinhas, eternas meninas / Foto: Think Stock


A frase é recorrente na minha vida: “Nossa, como você é pequenininha!”. Há variações em torno do tema. Os tímidos olham bastante antes de tomar coragem e comentar: “Achei que você fosse mais alta…”. Outros nem reparam que sou eu e, quando alguém chama atenção para o fato duvidam: “Imagina, aquela da TV é bem maior!”. Daí pro “Mas é só isso?”, que eu já ouvi muitas vezes, é um pulinho. Mas é a verdade. Embora eu pareça um mulherão na telinha, tenho… um 1,62m. Só. Nem um centímetro a mais. Sou mesmo uma baixinha!
Felizmente tenho muitas colegas por aí. O Brasil não é lugar de pernudas. Menos mal. Já chega a humilhação de ter que usar salto 15 e ainda assim parecer pequena. Acho que, pelo menos uma vez na vida, qualquer uma de nós já sonhou com aquele par de pernas que desafia as trenas. Pernas pra mais de metro! Que maravilha… Pernas de gazela. A pessoa ali em cima vê o mundo de um ponto de vista que eu só tenho quando subo no banquinho.
Mas quer saber? Essa fase já passou. A juventude nos faz sonhadoras e exigentes, mas com o tempo o que era defeito se torna vantagem. Já vi muita girafa em roupa de festa e sapatilha sem salto pra conseguir um par na dança. Isso quando conseguem sapato! A altura, lembrem-se, é proporcional ao tamanho do pé. Além disso, baixinha – se também for magrinha – qualquer um carrega no colo. Ai, que romântico!
Mas o principal você só descobre com a idade. Se você é baixinha e já passou dos quarenta sabe do que estou falando. Baixinhas envelhecem devagar. Os anos vão se acumulando e continuamos com jeito de meninas. As grandonas viram matronas. Nós continuamos molecas. E sem parecer ridículas. Empinem o nariz, baixinhas. Quem ri por último, ri melhor!
Por ANA PAULA PADRÃO

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