sábado, 14 de abril de 2012

A Rua das Flores, crime ou fatalidade?

Um menino igual a tantos outros de sua idade, junto com seus colegas, vai soltar pipa perto da lagoa do Bebedouro, escondido da mãe. No meio da brincadeira e numa tarde quente, o grupo resolve dar uns mergulhos. O menino some do meio dos outros e instantes depois seu corpo é encontrado entre os troncos de árvores com sinais de espancamento.

Esta dúvida vai levar sua família a um estado de choque, inclusive seu irmão caçula, pelo resto da vida sem que nunca se vá encontrar pistas para aquela morte misteriosa. Com estes ingredientes tão suburbanos, o jornalista Antonio de Pádua Marques Silva escreveu seu primeiro romance, A Rua das Flores, ainda no final da década de 90 e que está sendo lançado dia 27 na Academia Parnaibana de Letras.

O romance mostra o sofrimento de Cesário Parentes, guarda-livros de uma fábrica de pilar arroz nos Tucuns, sua mulher Domitila e seus dois outros filhos, com a tragédia que se abateu sobre as suas vidas e mais o peso de se decifrar se a morte de Vazim foi um estupro seguido de assassinato ou um simples afogamento. Toda esta carga de dúvidas acaba arrastando para a demência Paulo, o irmão mais novo.

Mas o romance de Pádua Marques tem a audácia de mostrar o universo da gente comum do subúrbio, de uma rua encravada entre a Guarita e a lagoa do Bebedouro, com suas casas de barro cobertas de palha e os primeiros vestígios de uma sociedade e uma economia decadente, quando o movimento do porto no bairro dos Tucuns começava a perder importância. Antonio de Pádua Marques, jornalista por vocação e formação, acaba de ser empossado numa das cadeiras da Academia de Letra da Região de Sete Cidades e este é seu livro de estréia como escritor. O livro foi escrito nos últimos anos da década de 90 e segundo ele, é um mergulho na vida da gente humilde do subúrbio, com suas alegrias, tristezas, fraquezas e momentos de busca de paz e felicidade.


Por Pádua Marques

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