quinta-feira, 15 de março de 2012
Ofensa ou sentir-se ofendido?
Na última quarta-feira(14/03), a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou a lei que regulamenta o direito de resposta para pessoas e entidades que se considerarem ofendidas pelo conteúdo de reportagens jornalísticas veiculadas em jornais, revistas, blogs ou órgãos de imprensa. Ok! Tudo certo, pois lei não se discute, cumpre-se! Porém, vale ressaltar que a imprensa é livre e todo cidadão tem direito à informação e esse é um dos papéis da imprensa quando feita com seriedade e responsabilidade. O fio que separa o direito de resposta e o amordaçamento da imprensa é tênue, portanto difícil saber onde termina um e começa o outro. A exemplo do próprio senador Roberto Requião(PMDB-PR), autor do projeto, que retirou um gravador das mãos de um repórter, por ter discordado da pergunta feita pelo jornalista que o questionou se ele abriria mão da aposentadoria que recebia como ex-governador paranaense. A censura nunca deixou de existir. Estava escondida em algum porão abandonado dando as caras aqui, aparecendo ali e agora quer voltar de carona na lei. Quando a imprensa publica a notícia de um político flagrado com dinheiro na cueca é um FATO e contra fatos, não há argumento, isto é, não tinha, agora têm-se direito de resposta. É como uma advogada que tenta impedir os repórteres de filmarem um preso acusado de vários crimes para “preservar a imagem do cliente” sob ameaças de processo por uso indevido de imagem. Ora, quem tem imagem a zelar é o cidadão honesto cumpridor de seus deveres e pagador de impostos (altíssimos, por sinal) e não quem comete crimes e é preso. Seja por tráfico de drogas, corrupção ou dinheiro na cueca entre tantos outros previstos no código penal. Pelo andar da carruagem, as equipes de reportagem dos órgãos de imprensa terão que contratar mais um membro, devidamente equipado com a carteira da OAB, para executarem seu trabalho árduo de informar a população e haja guarda-chuva pois o que vai chover de pedido de “direito de resposta” nas redações nem no dilúvio de Noé se viu igual!
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