Egressos participam de cooperativa que recicla óleo usado em casas.
Projeto foi criado há oito anos e conta com a participação de 26 ex-presos.
Projeto foi criado há oito anos e conta com a participação de 26 ex-presos.
Um projeto pioneiro no Conjunto de Favelas do Alemão, no Rio de Janeiro,
reúne 26 ex-presidiários que buscam uma nova oportunidade. Há oito anos
eles trabalham numa cooperativa que coleta óleo de cozinha de casas e
comércios da comunidade para levar para empresas que transformam o
material em sabão, velas e até ração.
A dupla de Parceiro do RJ
do Alemão, Thiago Ventura e Lana de Souza, mostra que o projeto "Ecos
da Liberdade" dá a possibilidade de recomeçar para os ex-presidiários,
além de ajudar na preservação do meio ambiente. Como aconteceu com André
Rosa Ribeiro, egresso que ainda precisa usar uma tornozeleira de
monitoramento, pois está em prisão domiciliar.
Dedé, como é conhecido, já havia ficado preso por quatro anos. Ele saiu
da prisão, mas voltou a ser preso durante a ocupação do Alemão pelas
Forças de Pacificação, em novembro de 2010. Na época, ele ainda era um
traficante da região.
"Nós não esperávamos, nós não acreditávamos que ia ser uma invasão
dessa, nós nunca achávamos que aqui ia ser invadido. O complexo tem mais
de 20 anos e o governo nunca chegou, o estado nunca chegou", disse.
Vida nova
O ex-presidiário contou que sua vida melhorou depois que ele entrou para o projeto "Ecos da Liberdade".
O ex-presidiário contou que sua vida melhorou depois que ele entrou para o projeto "Ecos da Liberdade".
"A minha vida foi uma vida muito mal vivida. E hoje eu estou aqui nessa
coopertativa de óleo podendo falar, porque estou livre. Para mim,
melhorou 100% a minha vida, porque antigamente eu vivia com medo, não
dormia direito, não podia circular na rua que o policial vinha atrás de
mim. Hoje eu circulo por onde quiser, vou aonde eu quero, minhas filhas
estão aí, bonitonas, e está tudo ok, está tudo bem", contou Dedé.
Diretor da cooperativa, Robson Borges já foi preso por sequestro,
formação de quadrilha, tráfico e extorsão. Ele explicou que o projeto
surgiu depois que ele saiu da cadeia.
“Quando a gente saiu do sistema, saiu uma sequência de companheiros com
quem a gente se relacionou lá dentro. Queria buscar um caminho
alternativo e social de resistência, porque a gente sabia que era uma
luta aqui fora também para a gente se transformar num cidadão de bem
novamente, porque a gente é rotulado e a gente tem que carregar isso,
querendo ou não”, disse.
Emocionado, ele contou como a sua vida mudou com a cooperativa: "A
minha mãe sofreu muito aqui mesmo. Minha mãe com o joelho dobrado,
chorando. Quando começava o tiroteio ela ficava doida: 'o Robson não
chegou', não dormia, sofria, às vezes saía pelas ruas procurando. Hoje a
minha mãe sorri, eu abraço a minha mãe porque eu não tinha essa
intimidade com a minha mãe de beijar, abraçar, de fazer um carinho. Hoje
mesmo eu saí da minha casa, fui pra casa dela para pegar o triciclo,
passei no caminho peguei uma florzinha, falei 'vou levar uma florzinha
para minha mãe", lembrou.
Projeto Parceiro do RJ
Dezoito jovens foram selecionados para formar o Projeto Parceiro do RJ. O grupo foi dividido em nove duplas, que vão representar e mostrar o cotidiano de nove regiões do Rio e Grande Rio. Em comum, seus integrantes querem mostrar não só as mazelas, mas as coisas boas dos bairros onde moram.
Mais de 2.200 pessoas se inscreveram no projeto. Destes, os escolhidos vão mostrar o cotidiano da Rocinha, Copacabana, Tijuca, Campo Grande, Complexo do Alemão, Cidade de Deus, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e São Gonçalo.
Dezoito jovens foram selecionados para formar o Projeto Parceiro do RJ. O grupo foi dividido em nove duplas, que vão representar e mostrar o cotidiano de nove regiões do Rio e Grande Rio. Em comum, seus integrantes querem mostrar não só as mazelas, mas as coisas boas dos bairros onde moram.
Mais de 2.200 pessoas se inscreveram no projeto. Destes, os escolhidos vão mostrar o cotidiano da Rocinha, Copacabana, Tijuca, Campo Grande, Complexo do Alemão, Cidade de Deus, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e São Gonçalo.
por: Do G1 RJ
Fonte: http://g1.globo.com
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