Depoimento da apresentadora estimularia denúncias, dizem parlamentares
Integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre Exploração
Sexual de Crianças e Adolescentes da Câmara apresentaram nesta
terça-feira (22) dois requerimentos para convidar a apresentadora Maria
da Graça Meneghel, a Xuxa, para prestar depoimento ao colegiado. Em
entrevista ao "Fantástico", veiculada no último domingo (20), a
apresentadora revelou que foi vítima de abuso sexual até os 13 anos.
Os pedidos foram apresentados pelos deputados Vanderlei Macris
(PSDB-SP) e Liliam Sá (PSD-RJ), que argumentam que a presença de Xuxa na
CPI amplificaria o debate sobre o assunto.
"Xuxa tem muita credibilidade. As pessoas acreditam no trabalho que ela
faz e isso poderia abrir uma nova diretriz nas investigações",
enfatizou Liliam, relatora da comissão.
Receosos de expor a imagem da apresentadora, integrantes da comissão
propuseram que Xuxa fosse consultada sobre o convite antes de a proposta
ser apreciada pelo colegiado. Com o aval da relatora, a votação dos
requerimentos foi adiada para a próxima terça-feira (29). Se aprovados,
não obrigam a apresentadora a comparecer.
"Se ela [Xuxa] aceitar vir ao Congresso para falar sobre os abusos que
sofreu, estimularia as denúncias contra esse crime", argumentou Macris.
A assessoria da apresentadora não respondeu, se ela aceitaria depor.
ENTREVISTA
Na entrevista ao Fantástico, Xuxa afirmou ter sido abusada sexualmente "várias vezes" durante sua infância e pré-adolescência. Segundo a apresentadora, ela não relatou a violência aos pais por medo. Xuxa contou que o "melhor amigo" de seu pai e o namorado de sua avó teriam protagonizado os crimes. Além da dupla, um professor também a teria violentado.
Na entrevista ao Fantástico, Xuxa afirmou ter sido abusada sexualmente "várias vezes" durante sua infância e pré-adolescência. Segundo a apresentadora, ela não relatou a violência aos pais por medo. Xuxa contou que o "melhor amigo" de seu pai e o namorado de sua avó teriam protagonizado os crimes. Além da dupla, um professor também a teria violentado.
"Eu fui abusada. Eu sei o que é, o que uma criança sente. A gente sente
vergonha, a gente não quer falar sobre isso, acha que a gente é
culpada", desabafou.
Criada em abril, a CPI também pode convidar a nadadora Joanna Maranhão a
falar. A atleta admitiu recentemente ter sofrido abusos de um
ex-treinador durante a infância. O caso inspirou lei, sancionada na
semana passada, que estende a prescrição de crimes sexuais contra
crianças.
Com a lei, a contagem de tempo para a prescrição (perda do direito de
ação) só vai começar na data em que a vítima fizer 18 anos, caso o
Ministério Público não tenha antes aberto ação penal contra o agressor.
Até então, a prescrição era calculada a partir da prática do crime.
Fonte: http://www.180graus.com
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