Parnaíba é conhecida por gerar talentos, no teatro, na literatura e principalmente na música entre outras artes e artistas. Com um pouco de apoio, talvez conseguíssemos transformar Parnaíba em um pólo cultural, já que o famoso “pólo turístico” anda meio mal das pernas. E no que se refere à cultura, no geral, estamos muito distantes, por exemplo, de Teresina, capital do Estado, onde as coisas andam, manquitolando aqui, tropeçando ali, mas andam. Essa distância a qual me refiro não se trata de geografia e sim dos apoios e projetos culturais que raramente contemplam a “Princesa do Igaraçu”. Até parece o ufanismo exacerbado dos EUA; “Deus Salve a América (do norte) e nenhuma outra mais”...por aqui tem apresentadora de TV dizendo “transmitindo ao vivo para TODO o Piauí e Teresina”. Pensando bem, a dita cuja está certa, pois parece-me que o pobre Piauí está de fato apartado de Teresina, pois quase nada sobra para o resto do estado quando se fala em verbas para a cultura (“bundalelê” com as baianadas da vida no carnaval em Luiz Correia não vale). Voltando ao tema proposto no título desse artigo, vi outro dia o, como dizer, quase-filme “Mocambinho”, produzido sob as asas da FUNDAC (Fundação Cultural de TERESINA, ops, do Estado) e minha primeira reação foi de estupefação pela péssima qualidade do pretenso filme e o que é pior, aclamado pelo público e crítica(?) da capital (de qual estado? Já que para alguns Teresina-cidade se confunde e se mescla com Teresina-estado). Seria louvável pela iniciativa de se fazer cinema, na raça, aos trancos e barrancos, sem recursos técnicos e financeiros, mas se torna deplorável justamente pelo acesso aos recursos que faltam para uns e abundam para outros, como é o caso do “Mocambinho” que contou com as benesses do governo do Estado via Bid Lima. Por essas e outras, aplaudo de pé a parnaibanidade de Renato Farias, CINEASTA, que na sua simplicidade e obstinência consegue produzir cinema em Parnaíba com “uma câmera (fotográfica digital doméstica) na mão e uma idéia na cabeça” e muitos amigos que acreditam no seu sonho...e alguns ainda atuam nas suas produções.
Transcrevo abaixo o texto de apresentação do filme de Renato Farias postado no YouTube:
“A RF produções entra no mundo da dramaturgia com um estilo próprio e revelando novos talentos. A partir de agora apresentaremos a você o primeiro longa da R F Produções realizado com a utilização de poucos recursos e equipamentos de baixo custo, como uma simples máquina fotográfica digital. Através desse trabalho provamos que com pouco podemos fazer muito.”
2 comentários:
Valeu!Parabéns pela matéria.Poderíamos fazer muito mais se houvesse apoio cultural.Mas ainda sim encontramos pessoas que apostam no nosso trabalho.
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