terça-feira, 25 de setembro de 2012

As pessoas enxergam as cores da mesma maneira?


Não, as pessoas não enxergam necessariamente as mesmas cores.
E é difícil saber se vocês enxergam o mesmo verde, por exemplo, porque uma série de fatores está envolvida nesse processo.
Para que você e sua irmã vejam as mesmas cores, vocês devem ter o mesmo tipo de fotorreceptores (células da retina que recebem a luz), ou seja, ter a mesma capacidade genética de “enxergar cores” – supondo, é claro, que vocês não tenham nenhuma doença, como o daltonismo, que altera a percepção das cores. A chefe do Departamento de Oftalmologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Keila Monteiro de Carvalho, explica que, para enxergar as cores, a pessoa deve ter os fotorreceptores em perfeito funcionamento.
E como saber se os fotorreceptores são do mesmo tipo?
Existem alguns testes que são feitos pelos oftalmologistas para verificar se as células da sua retina estão funcionando corretamente. Um deles é feito com 15 pastilhas coloridas que devem ser pareadas pelo paciente. Outro, mais detalhado, conta com 100 pastilhas coloridas, as quais o paciente precisa ordenar de acordo com as tonalidades crescentes (do mais claro para o mais escuro). Testes genéticos para detectar problemas nos fotorreceptores também existem, mas, de acordo com Keila, eles são realizados apenas para pesquisas e não para finalidades clínicas.
No entanto, mesmo que você e sua irmã tenham os mesmos receptores e suas células estejam em perfeito estado, você pode enxergar mais tons de verde do que ela. Isso ocorre não só com o verde, mas com todas as cores, como explica o professor de Oftalmologia do Hospital São Paulo, da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, Rubens Belfort Jr. Nesse caso, a discordância ocorre porque vocês podem ter repertórios diferentes para cores, uma habilidade que pode ser desenvolvida ao longo da vida.
Belfort explica que alguns indivíduos possuem uma sensibilidade artística apurada e conseguem detectar mais tonalidades de cores. Normalmente, pintores e desenhistas possuem esse repertório de cores ampliado, fruto de muito treino. “Se a criança for estimulada desde cedo, o repertório dela vai aumentando”, diz. O professor compara uma determinada tonalidade de cor com uma música: alguns riem enquanto outros choram ouvindo a mesma canção. “As pessoas reagem de formas diferentes a determinados estímulos”, completa.
Isso significa que dá para treinar o olho, sim senhor. E que aquela imagem engraçadinha que pipoca da internet de tempos em tempos tem um fundo de verdade.

Fonte: http://super.abril.com.br

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